Livro História Ilustrada da Moda - XVI

Retrato de Eleonora di Toledo, grande Duquesa da Toscana, de Agnolo Bronzino, 1550.

MACKRELL, Alice. An Illustrated History of Fashion.

A pintura retrata bem o exagero e a artificialidade da moda na Europa da metade do século XVI:

a padronagem decorativa;

 a distorção dos ombros com as mangas fofas com cortes para aparecer as saliências do chemise por baixo;

a rede dourada trançada com apliques de pérolas em ambos os lados da área quadrada do pescoço;

um cabelo nada natural com uma rede dourada com os pontos de pérola.

Mulheres Persa, gravado por Jean-Jacques Boissard, 1581.

MACKRELL, Alice. An Illustrated History of Fashion.

No oeste da Europa deste século houve uma popularização de vestidos orientais. Além do corte e da silhueta das mangas inteiras dos vestidos, eram populares também os penteados da Pérsia.

Retrato de Uma Dama, pintura atribuída a Marcus Gheeraerts
the Younger, 1590-1600.
A moça desconhecida usa um chapéu cônico em camadas - sobre seus cabelos longos e soltos - feito com uma fina tela e adornado com flores. Um colar preto fino prende um anel e pérolas envolvem seu pulso direito - associação com a época de Elizabeth.

MACKRELL, Alice. An Illustrated History of Fashion.

Retrato de Sir Walter Scott com seu filho Walter, artista anônimo, 1602.

O Pai utiliza um chapéu com borda redonda, com uma pena firmada por um broche de pérolas, no entanto a fita caída no gibão dá um ar mais informal.

Utilizam sapatos com bico quadrado com um laço sobre a língua.

Os camponeses e os soldados

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

As vestimentas dos soldados eram caracterizadas principalmente por uma mistura intensa das cores e tecidos. Os chapéus utilizados eram enormes e enfeitados com penas.

 As meias e mangas eram presas com fitas e tiras de cetim. Os cintos, as fivelas e as aramas carregadas pelos soldados eram ricamente enfeitadas. 

Anquinhas e mangas largas

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

De modo geral, analisando a parte de acessórios, a vestimenta feminina no século XVI, foi marcada pelo uso das farthingales, que são tiras de metal unidas, com o objetivo de fazer a armação da saia. Os chapins, também tiveram um papel importante, eram obrigatoriamente utilizados pelas cortesãs europeias e tinham cerca de 50cm de altura e eram ricamente decorados. 

Catarina de Médici

RACINET, Albert. Histoire du Costume.



Data desta época o aparecimento das boinas, na Itália, constituídas de uma peça circular de tecido franzido nas laterais, contendo uma faixa por onde passava um cordão ajustável. Alguns chapéus masculinos ainda guardam certa influência, sendo dotados de pequenos laços em seu interior destinados a ajustar seu tamanho. Outros tipos vieram a seguir, sendo um dos mais marcantes o chapéu de abas largas, enfeitado por peles, ou plumas de avestruz trazidos da América.


O uso dos cabelos compridos em cachos (moda posta em vigor no reinado de Luiz XIV, na França, que usava longos cabelos cacheados, e imitdado por seus cortesãos que começaram a usar também perucas de cabelos naturais), fez com que se começasse a dobrar as abas dos chapéus, primeiramente de um lado, depois dos dois, aparecendo um seguida, o tipo "Tricórnio" - com duas dobras laterais e uma dobra na parte traseira – este hábito durou mais de um século.

Trajes da Corte no século XVI

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

A moda são as luvas perfumadas, usadas pelos nobres da corte européia.

Indumentária Militar da França no século XVI

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

Acredita-se que a moda militar surgiu na Alemanha e foi se difundido por outros países, graças a um fato curioso: alguns materiais nobres como seda e tecidos valiosos ficaram nas mãos de soldados suíços que mais tarde utilizaram os restos para fazer remendos em suas roupas. Outros soldados copiaram esse visual e  levaram para seus respectivos países, fazendo com que essa moda se espalhasse por toda a Europa, atingindo até mesmo os nobres. 

Damas da nobreza e cortesãs do século XVI

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

Durante o século XVI, as mulheres escondiam sob suas saias volumosas, seus pertences pessoais. Foi durante este período que surgiram os bolsos. Geralmente eram feitos em pares, ligados por fitas ou cordões para serem usados sob as saias e anáguas. Confeccionados em linho, algodão, sarja e flanela, no começo foram feitos sem muita ostentação já que ficavam escondidos. As saias possuíam uma abertura em cada lado para dar acesso a estes “bolsos”. As mulheres guardavam seus objetos pessoais neles.
Com a evolução da moda, mais e mais bolsos foram adicionados às roupas masculinas e no caso das femininas esses bolsos foram ficando cada vez maiores e mais profundos.
A demanda de bolsas crescia cada vez mais e as sociedades responsáveis pela produção desse produto começaram a se expandir por todo Europa.
As mulheres do século XVII tinham o costume de carregar em seus bolsos, espelhos, sais de cheiro, garrafas de bebidas, leques, etc.. 

A extravagância veneziana do século XVI

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

Damas da nobreza assistindo à festas públicas onde o gosto pessoal era autorizado.


O estilo de penteado que as mulheres chamavam “em chifres” não era moda ainda; este estilo consistia em cruzar os cabelos sobre a cabeça e ondular na forma de pontas. Os vestuários que vê-se aqui datam do período intermédio, entre1550 e a morte do pintor em 1588. Cobre provavelmente dez anos a partir de 1575.

Vestidos de diferentes cores feitas de brocado e seda, decoradas com ouro e dinheiro. Os cabelos eram sempre louros, naturais ou tingidos.

A Alemanha do final do século XVI

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

1.2 e 3 Damas da nobreza de Augsburg. Em sinal de fila, leva-se mais longo que o da figura 1.4, e pela mesma razão, o casaco das senhoras nobres tem mangas à perna de carneiro muito curtas. As senhoras da nobreza têm aventais brancos equipados de galões por baixo, levam luvas e levam colares sobre suas blusas.

1.4 Mulher burguesa. 

2 As quatro indumentárias da parte inferior são de senhoras nobres de Nuremberg (Alemanha).

2.2 Este visual está distante do modo adotado no resto da Europe. Tem um elevado chapéu, a garganta nua, os ombros que caem, e um longo arrastamento do forro e da saia sobreposta. Seuss cabelos entrançados são fixados com alfinetes sobre as orelhas. Este modo data Idade Média, bem como os cabelos flutuantes da mulher solteira da figura 2.1.

Final do século XVI

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

1.1 e 2 Retratos anônimos.

2.1 Catarina de Bourbon em 1600.

2.2 Marie de Médici.

3 Rainha Elizabeth da Inglaterra.

Inglaterra, França e Itália do século XVI

RACINET, Albert. Histoire du Costume.

1.1 e 2 Diane de Poitiers e Eléonore de Castille, segunda mulher de François Ier.

Para conseguir a forma desejada, o busto era achatado; para melhorar o corte do vestido, este era composto por dois pedaços de tecido que alargavam-se em direção ao exterior e a base, a partir da cintura. A parte de cima do vestido lembra um funil, com decote quadrado ao modo italiano, descobrindo a garganta.

A partir da cintura, os vestidos eram em formatos de sino; as anquinhas (francês: vertugale; inglês: farthingale) dão a estrutura para a parte inferior do vestido

1.3 Marguerite de France ou Margarida de Valois, terceira filha de François Ier.

1.4 La belle Ferronie

2. Damas italianas

2.1 Dama nobre de Ravenna (Itália)

2.2 Mulher nobre de Nápoles (Itália)

2.3 Princesa Napolitana Noiva

2.4 Mulher de Pádua (Itália)

3.1 Elisabeth de Valois, Rainha da Espanha - terceira esposa do rei Filipe II de Espanha - e  filha de Henri II e Catarina de Médici.

3.2 Ana Bolena

3.3 Maria Tudor, rainha da França, irmão de Henrique XVIII. Considerada uma das mulheres mais bonitas da época, está com uma das mãos para cima e usando uma manga com comprimento suficiente para mostrar os pulsos (distinção social).

3.4 Dama de honra da rainha da Inglaterra, com o mesmo penteado de Ana Bolena e Maria Tudor. Nesta jovem um pedaço de tecido pendura de um lado do penteado. Podia fixá-lo com alfinetes, ou deixá-lo recair nas costas.